sexta-feira, 31 de julho de 2015

Más horas

- Umas das maiores dificuldades e crises, ou dificuldades da crise, é reconhecer que o mundo mudou. Não que apenas mudou porque mudou (essa é simples e muito mais complicada do que parece) mas sobretudo porque mudou o inimigo, o que traz novas doenças e perigos, perigos novos, perigos sem rosto, perigos com um poder desmesurado. Máscaras 3D (desdobráveis a quatro dimensões, nós é que não vemos), distracções absolutas, irresistíveis, completas, inusitadas, camufladas em novas distracções. Viralidades, radioactividade exposta à falta de pensamento. Se há uma batalha a ser travada estamos a perdê-la nas horas. 

- A democracia é uma conquista dos povos, não é um acaso tecnológico. 

- À extracção da poesia não lhes importa a sua pureza. 

- Tem a seu favor a cobardia da realidade. A realidade - na realidade bem cobarde - que pela cobardia não sabe nem vê o mal que falha.

- Muito se resolve nesse ceder à fraqueza. Quanto mais se cede, mais fraco se fica. E mais se vai ficar a precisar das forças, da força. Disse força, não aparência da força. A aparência da força é só fraqueza.