quinta-feira, 23 de julho de 2015

Laboratório

No caminho pelo outro entras noutro personagem. Até te dão um enredo. Nem precisam saber que vais tomar a direcção acima à esquerda como quem mete para Campo de Ourique. Não, a acção começa a acção com uma mulher bela de ar compassivo e muito simpático e eu cansado, de mau humor e abespinhado a descer a Rua Maria Pia. Nem precisam saber que acabei de sair da natação e que me entrou água pelos ouvidos adentro e ouço o mundo inteiro como se do fundo de um poço. Aquele meu aspecto até podia dar o ar que iria comprar qualquer coisa, que é o que eles querem, assusta que aquele feminino olhar de compaixão pudesse estar a pensar que seria heroína, quando heroína podia ser ela.