quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Chama-lhe metas
Feliz
ou infelizmente, a minha crença na incompetência humana não chega
à pura e afrontosa canalhice, ao assassinato escondido e à
vilania sem escrupulos. Tenho pena. Mais por quem não queira
entender que o objectivo desta austeridade é criar ainda mais austeridade
para ser necessária mais austeridade e assim sucessivamente em todas
as cadências necessárias até que despojados de tudo o que temos e podemos e com tudo o que é bem público privatizado e confiscado chegaremos finalmente ao ponto de rebuçado,
à maturação certa para sermos os serventes perfeitos, miseráveis e sem direitos de espécie alguma. É até onde a descida vai dar. Na Grécia a Troika já quer o povo a trabalhar seis dias por semana. Isto como quem não pede outra coisa pior. É tal a perversidade e eficácia clínica desta gente que
deixam assustado até o mais optimista. Consegue exactamente o que quer mais uns extras escondidos na manga. Primeiro gera-se a grande controvérsia, depois o povo rejeita em força, depois o Governo diz
nem pensar, o barulho torna-se ensurdecedor, aproveite-se então para passar como mal menor
o que de outra forma seria bem mais complicado de engolir. O resto é fácil, com austeridade é só esperar o resultado. Um aninho, dois - nada que já não esteja previsto ou “estudado” - será mais que suficiente para passar o que antes era tido como loucura. Pensem no que Vitor Gaspar achava o ano passado das TSU.