domingo, 22 de abril de 2012

Dados ao lixo

Pequenos dramas surgem com a crise. De dinheirinhos, poderesinhos, tudo parece talhado e moldado à migalha. E a caridadezinha, cresce tanto a caridadezinha. A resistência ruiu, as ideias vergaram-se e, lá está, a migalha. Quase ninguém parece dar conta que com tanto imposto, corte, desemprego e o tal tão necessário empobrecimento só no primeiro semestre o défice duplicou, a receita diminuiu, o saldo da Segurança Social caiu, a bem de quem a quer privar, perdão, semi-privatizar. De nada serve, as sondagens não enganam, o discurso do pobre passa, funciona, o medo empurra o resto. O desastre Seguro e a deriva e falta de senso e músculo da esquerda não explicam tudo. Não podem. Daqui a mês e picos começa a histeria, as bandeirinhas, as enchentes no Campo Pequeno e no Parque das Nações. Mais medidas a doer virão, com muita sorte, em rodapés de noticiários. Gritaremos todos: Portugal! Portugal! Portugal! Sem nos esqueceremos de dar uma esmola ao próximo. Amanhã sempre podemos ser nós. Caridosos pobretanas. Amén.