domingo, 16 de janeiro de 2011

E ainda nem estava a meio...



O Paulo Bento forever foi o menos. Quando a esmola é tanta o pobre desconfia, quando a inaptidão é tanta, e tão prenunciada, também se desconfia. Nem tudo deve ter sido incompetência ou burrice. Coisa que JEB não tinha quando foi vice-presidente para o futebol e fomos campeões, ou quando chegou a um dos topos do Banco Santander. A ver vamos (n)o futuro. Se fingiu de parvo ou se subitamente emparveceu. 
A mim não me apetece, não tenho tempo, nem sequer paciência para andar aqui a fazer conjecturas político-conspirativas. Quanto mais não seja porque até os abutres rodeiam o clube precisam que o Sporting dê dinheiro, muito daquilo é deles, infelizmente. E José Eduardo Bettencourt não dava a ganhar a ninguém. 
A verdade tem um qualquer mecanismo de revelação, existem muitas teorias acerca disso. A minha preferida é a do azeite. Um clube de futebol não é algo assim tão complexo para que a dita leve uma eternidade a vir ao de cima. Até lá, fica já carimbado o pior presidente da história do Sporting Clube de Portugal. Se se tirasse aqui o "Sporting Clube de" provavelmente não andaria muito longe de acertar num dos piores, vá lá, de todos os clubes de Portugal. Enfim, comecemos pelo mais importante, os adeptos:
 - Chamou a uns contestatários de terroristas e de Herry Batassunas cá do sítio. Em plena conferência de imprensa, com requintes de Verão Quente.
 - Ameaçou um sócio de expulsão. Um míudo de 18 anos.
 - Mandou calar outro, no aeroporto de Lisboa, "ta calado pá", disse em frente às câmaras de TV.
Vamos agora aos tesourinhos deprimentes do futebol.
 - contratou inesquecíveis inaptos como Caicedo ou Angulo, não havia dinheiro. Quando passou a haver, estoirou quase tudo - 6,5 milhões de euros  - em Pongolle.
 - Não conseguiu ter escolhas melhores para treinador do que Carvalhal e Paulo Sérgio. O último, como o próprio sabia, ainda sem experiência nem bagagem. Mandar é difícil, pois é. 
- Escolheu antes Costinha para liderar todo o futebol, outro sem experiência, bagagem, nível e cultura de clube. Um auto-denominado sportinguista, que no passado apertou a genitália para a tribuna onde estava o ex-presidente do Sporting, Filipe Soares Franco. Ele, que no auge da carreira disse que em Portugal só jogava no FC Porto. Eu lembro-me porque li. E nenhum jornalista fez o seu trabalho quando Costinha andava a dar lições de sportinguismo a toda a gente, inclusive a um ex-presidente. Adiante.
- Vendeu o capitão de equipa a um rival histórico e directo. Foi por metade do preço. João Moutinho, formado no clube e titular indiscutível há cinco anos. Como forma de defesa chamou-o de maçã podre, conseguindo assim virar a fúria dos adeptos para o próprio jogador. Mas quando a mesma "maçã podre" estava prestes a regressar ao seu antigo estádio, prontificou-se logo em dizer que Moutinho era um grande profissional. O respeitinho é muito bonito, excepto quando se tem de encarar as acções próprias, não é José Eduardo?
Já nem vou entrar no assunto Sá Pinto, nem na forma desumana como (não) apresentou e despachou Carvalhal, na ostracização de figuras do clube, ou de um craque como Izmailov que antes era exemplo de profissionalismo, dedicação e empenho. De resto, as calças de ganga que se danem. Demais é demais. 
Para concluir, como muito de vós sabem, José Eduardo Bettencourt foi o primeiro presidente profissional do Sporting. Ganhava mais de vinte mil euros por mês, tinha o dia do clube por sua conta. Nos ultimos tempos andava com um ar cansado, envelhecido. Ontem na conferência de imprensa já parecia mais o JEB de antigamente. Mais jovem, rejuvenescido até. Seja.
Nem o Sporting merece Bettencourt, nem Bettencourt merece os 90% de votos que o elegeram. Venha daí o mecanismo do azeite. Muita coisa tem de vir ao de cima.